sábado, 24 de maio de 2008

la tournesse des pages

estou com minha banda fazendo shows pela europa. é a primeira vez que vamos para tão longe, e que ficamos tanto tempo juntos. já passamos por quatro países diferentes em pouquíssimo tempo, e agora estamos em lisboa.

dormimos na mesma cama. lavamos roupa na mesma máquina. fazemos supermercado juntos e os meninos brigam comigo pelo biscoito de arroz integral que eu comprei e que ninguém vai comer. o dudu briga com todo mundo porque ninguém pendura roupa no varal direito. algumas brigas e muitas risadas, risadas daquelas com lágrimas, risadas de cansaço e de sono. como primos. andamos, tiramos fotos e nos perdemos numa cidade desconhecida e que nos desconhece também, uma vila madalena exótica, os prédios cheios de azulejos e grafites, as ruas estreitas. tudo tão familiar. tudo tão estranho. ficamos sem dormir. passamos horas e horas no aeroporto. tudo isso para produzir, no total, cinco ou seis horas de música em um mês.

banda é um microcosmo. ter uma banda é aprender a viver junto. e cada vez mais chego à conclusão de que fazer música pop é falar de algo que está além da música em si. a estrutura é um veículo de algum tipo de reflexão, de mensagem, de pergunta, seja uma mensagem hedonista, seja um pedido de libertação. e, desse ponto de vista, olhar a música pop e o nosso próprio trabalho de músicos e de artistas de palco- papéis que exercemos e que têm, na nossa área pelo menos, praticamente o mesmo grau de importância, queriam ou não os puristas do som- deixa tudo mais complexo... e mais interessante.

música é muito mais que música.

2 comentários:

Anônimo disse...

Mto bom o texto. Veja no blog que postei um artigo do meu amigo falando sobre moda e música intitulado o Som das Roupas.

Daniel Luppi disse...

OI Mariá!!

Sim, música é muito mais que música.
Continue "sucessando" que eu, de cá, vou acompanhando!

beijo